
Israel e os conflitos na Palestina
A Falsa equivalência moral entre o terrorismo palestino, o holocausto e as respostas de Israel
Alan Dershowitz
Mais de 1 milhão de crianças, 2 milhões de mulheres e 3 milhões de homens judeus foram mortos na Europa no holocausto promovido pelos nazistas, pelo simples fato de serem judeus. Mas muitos na tentativa de defender a causa palestina, tentam criar uma falsa equivalência entre as situações atuais e o passado.
Veja alguns dos ataques terroristas contra israelenses e judeus feitos nos últimos anos:
- 18 crianças e seus professores foram fuzilados num jardim da infância;
- 27 crianças e professores foram mortos numa escola de ensino fundamental;
- 26 civis foram mortos num centro de comunidade judaica;
- 47 passageiros civis de um avião suíço que se dirigia para Israel foram mortos;
E assim se segue uma enorme lista, com dezenas de ataques resultando em centenas de civis brutalmente mortos, até chegarmos ao ápice da ação terrorista do Hamas em outubro de 2023, onde:
- 1.200 civis, entre adultos, idosos e crianças foram mortos, pelo simples fato de serem judeus.
Esta matança encomendada de crianças, de idosos e de outros cidadãos vulneráveis não tem nenhuma justificativa moral.
Para algumas pessoas é importante acreditar que toda a moralidade é essencialmente relativa, e que não há mal absoluto no mundo. Mas há verdadeiro mal no mundo, e alvejar deliberadamente crianças, como também mulheres e idosos, com base em sua etnia ou origem nacional, é puro mal, absolutamente sem justificativa.
Deixar de reconhecer tal terrorismo como puro mal é um convite ao relativismo pleno. Se é permissível alvejar bebês e crianças só por serem judeus. Existe algo que se encontra além do limite aceitável?
Mas por que tantos insistem em estabelecer uma equivalência moral? E por que tantas pessoas descrevem o pior dos males – alvejar deliberadamente crianças – com termos aparentemente positivos como “luta pela liberdade”, enquanto descrevem esforços razoáveis para impedir esses males semelhantes ao nazismo como o próprio nazismo?
Toda escola razoável de filosofia, teologia, jurisprudência e senso comum distingue ente alvejamento deliberado de civis e a morte inadvertida e colateral destes civis no alvejamento de terroristas que se escondem entre os civis. Criar uma equivalência moral entre tais atos é no fim das contas se aliar ao mal.
Alguns pordem argumentar “mas Israel usa de força desproporcional contra os Palestinos”, porém o argumento que estou expondo não afirma que dois erros produzem um acerto. Sempre é possível encontrar erros em ambos os lados.
O argumento – trata-se de um argumento precípuo para civilizações e a justiça – é que o conceito de erros nem sempre é uma questão de grau; há diferenças qualitativas entre erros não intencionais e erros propositais. Dois civis mortos não são moralmente equivalente se um deles foi escolhido para alvo de assassinato e a morte do outro foi infeliz consequência dos melhores esforços, incluindo riscos para os próprios soldados, para impedir o assassinato de civis.
Os dois erros, assim como a morte de dois pacientes de hospital por excesso de drogas para tratamento de câncer também é um erro. Mas qualquer um que não possa, ou não queira distinguir entre um caso em que um paciente negro recebeu deliberadamente a dose excessiva das mãos de uma enfermeira racista e o outro caso em que o paciente morreu depois de uma agressiva terapia de câncer, que ele sabia ser de alto risco, ou esta pessoa é moralmente cega ou intencionalmente intolerante.
Todos entendem a diferença e todos acreditam nela em quaisquer outros contextos. Mas, quando se trata de Israel, a simples inteligência e a moralidade básica são suspensas por alguns que insistem em julgar o Estado judeu usando um duplo critério.
Artigo baseado num trecho do livro “Em defesa de Israel: a verdade por trás dos conflitos no Oriente Médio”
Neste livro, o autor apresenta esta defesa – não de toda política e ação de Israel, mas de seu direito básico de existir, de proteger seus cidadãos do terrorismo e de defender suas fronteiras de inimigos hostis. O autor procura apresentar uma descrição realista de Israel, com todas as suas rugas, como uma democracia multiétnica florescente, em muitas maneiras semelhantes aos Estados Unidos, que oferece a todos os seus cidadãos – quer sejam judeus, muçulmanos ou cristãos – maior qualidade de vida e mais oportunidades do que qualquer nação áreabe ou muçulmana.